domingo, 30 de outubro de 2011

Suave vaguear profana os meus sentidos...


Suave vaguear afaga os meus sentidos
Quando chegas de mansinho
E me afagas e adivinhas
Que o sabor da amora
É profanação em mim,

Suave olhar secreto onde os meus sentidos
Se rendem em fogo e maçeração.
Como tu, morro a cada inspiração.

Suave encantamento de meus sentidos:
Celibato é meu caminho
Para onde o rio corre
O amor será o destino

E eu sei que o amanhã
será hoje!

domingo, 23 de outubro de 2011

Assim me basta - sou feliz!

Busco a terra, busco o mar
Decifro nas folhas das árvores,
O calor do estio
E o vento leva-as e eu reconheço
o seu entardecer e nada mais.

ASSIM ME BASTA – SOU FELIZ!

Os trinos das aves, o cheiro da terra,
O calor da fogueira , a tua voz no seio dela
E saber que esse é o único equilíbrio do universo!
Não me canso de olhar o mar
Onde se nutrem os peixes.

ASSIM ME BASTA – SOU FELIZ!

Ah, meu Alberto Caeiro, só tu para entenderes
que a luz do Sol vale mais que os pensamentos
de todos os filósofos e de todos os poetas.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

As velas de papel...

Não há pórticos partidos...

Não há pórticos partidos
Quando o poeta se reescreve
Pela mão do leitor
Quando as velas que passam,
Perpetuam a memória das palavras ditas
Quando cada vela é uma lição
que o poeta lançou ao mar
Quando as estrelas evocadas
Nos mostram caminhos
Quando as ilhas ao sul
São cortinados de ametistas
Quando essas terras prometidas
Existem no seio do poeta
Eis, os pórticos re-construídos

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Assisto à minha passagem...

Quem sabe quantas almas tem?
O rio corre continuamente...
Minha alma nidifica a cada instante,
Cada pensamento, se passou, passou
Haverá estranheza neste olhar?

O poeta, alheio, sente
Sente, cada sonho, cada desejo.
Depois...
É já a sua própria paisagem
instalada na memória, quando
Relê e grita:
Que fui, quando escrevi?
Onde deixei a vida passar-me,
Que já não me sinto quem sou.