Resposta a Sahra
Estamos na ausência do amor
E sabem-me a nenúfares as tuas palavras.
Quebra os silêncios, escuta o grito do cisne - a sua amada
morreu!-
Não há dor na saudade
Mas a consciência de ti fora de mim.
Quisera um cavalo alado que me transportasse para os teus
braços.
Quisera a vontade de te chamar.
Quisera ser quem não sou.
Seguir os teus passos, tatuar-te na minha alma, dizer-te que
estou aqui,
Eis o que exalto nas noites longas da tua ausência
que perto choro.
São dias e dias, são noites e noites, és tu e sou eu,
somos nós e o mar imenso que vai de mim para ti.
E eu não tenho barco e as ondas são altas
e falta-me a força para te abraçar de novo.
No poema, sílaba a silaba, desfaço as tuas recusas,
acerto o relógio – a corda partiu-se-
o tempo pára porque eu lhe peço.
Releio as tuas palavras. Sou uma contorcionista do
fogo.
Invento as madrugadas em rodopios de saudade.
Fazes-me falta e não me ouves…