segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Renascerei das cinzas
Nas rimas em fogo
Que me habitam

Serão as tuas palavras
Senhoras de alto preço
Nessa subtileza.

Falas da história dos ventos,
Vestida de metáforas
de que me não aparto
e os dedos percorrem a escrita
que me anima em pianíssimas melodias

Viaja a lua pelos seus quartetos
Visita-me a solidão
nestas noites,
Em bálsamos de agonia
que respiro na magia dos incensos.

E percorro o vazio …
numa equação de segundo grau…
A buganvília não tem sol
                                                     e as flores não desabrocham no lado norte do inverno.
Correm por estas veias
O som daquelas carícias

Que na alma respiro
Nesse momento que me dás

E morro quantas vezes me pedires.

Desapareçam os calendários,
romanos ou maias.
Há um  só calendário no coração,
Basta-me o teu olhar e o céu diz-me
que horas são :

horas de te amar;
alma, carne, tato,
E perfumo-te com a música do rouxinol
que canta na beira  do valado.

E digo-te sonetos de amor,
até adormeceres

E fico quieta
adormecida no sonho,
enquanto escuto
a  chuva miudinha
que me atravessa o pensamento
 e rasga o peito
E  olho-te…
aconchegado em sono profundo.

Deslizam palavras soltas
que pinto com um absurdo lamento
e pinto-as na tela branca do sono que não tenho.
São as vogais, especiarias,
melodias as consoantes,
impregnadas do teu calor
que já foi  cânfora, jasmim e amor.

Hoje, há tinta e tela nas palavras soltas
a fazer crescer
a absurda realidade

                                                                                                                                 De renascer a cada momento o meu Amor.

Há verbos e quietudes...

Caminho por entre os teus poemas
E o meu vazio atravessa as paisagens
Que tu inventas, do outro lado do mundo.

Ai quantas vezes regresso ao teu primeiro poema,
faminta de me entender com as palavras que não digo,
mas escuto de ti


E a cada palavra tua a minha alma respira
No frio desta madrugada em que percorro
A tua melodia num Alegro de Mozart.

E no balanço dos acordes o meu pensamento volátil percorre,
lentamente,
através das vidraças baças, descobrindo  geografias  inauditas.
E vou…
E deixo-me levar pelas tuas palavras,
na cumplicidade dos teus segredos,

 Fervem-me as palavras
derrubam pedras,
chegam-me à pele
na tua métrica aguda,

Poesia à flor da pele
Que destilo nestas palavras.

Dolorosas vão,
vagueando no cosmos
Chegarão ou não.

Se o que importa é partir
Que elas encham o meu peito
engrossem as minhas veias
Sejam as algas e os corais do teu poema
Quando me dizes:
em minhas mãos há verbos e quietudes”

A viajem terminou
E eu acalmo a natureza em mim…