quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Velhos e preciosos manuscritos
Te foram revelados
Pelos mistérios insondáveis
Desta peregrina existência.

Ó estátuas deste jardim por florir
Porque não escutais a voz interna
Porque vos haveis esquecido
do vosso propósito peregrino?

Ah humana condição dissociada
Para quando a obra perfeita...
Urge a transformação da pedra bruta
pela ação de um fogo delicado.

Vede como os céus espelham o mar!
Para quando a verdade alquímica?

ISIS
transformando-se entre Vénus e Júpiter

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

PedroTeixeiradaMota: Poema "Iniciação" de Fernando Pessoa.

PedroTeixeiradaMota: Poema "Iniciação" de Fernando Pessoa.:                         ( Pintura do mestre alemão Bô Yin Râ, Mundos espirituais...) A "Iniciação", certamente um dos poemas ma...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Escutando de novo Gustav Holst
O vento na janela
Acordo
Vislumbro a tua força
Danço com as tuas palavras
Há mínimas, semínimas,
fusas e semifusas, colcheias
no ar fresco da madrugada
Esta subida, do vale à montanha
Pelo carro de Hermes
Permite-nos um outro olhar sobre o mundo
Vagueio, acalmo, mentalizo
Solto-me mas esvoaço e
desço da montanha ao vale
Onde os violinos me acordam.
Traçam-se ondas sonoras
Tocam-me a alma
Não páras e eu não páro
Esvoaço nas tuas curvas
Recomeças
E eu escuto a tua leveza
Quero a tua vibração
E acalmo com o teu sustenido
Tudo está em ordem
Júpiter elevou-se aos céus
Sobes o tom e eu acompanho
Descalça, esvoaçando
por entre corredores da velha casa
sou a bailarina que nunca se revelou
Sou o que quiseres..
Enquanto existes:
Sou eu apenas a tentar
escutar os vendavais
desta oração
que me guia os passos
neste Silêncio
Quero ouvir a tua voz
Escolher o timbre
A poção mágica
destes minutos eternos
Que me conduzem
ao fundo da terra
Visto-me de organdi
sou levada pela deusa.
ISIS no solstício da calma

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Que a hora seja grande
Que suba às alturas
E nos traga ao mundo
Uma outra consciência:

Ó desmedida ambição
Que dominaste a atlântida,
Senhora da perfeição técnica,
Dá a estes descendentes
A Luz que desnude
A soberba destruidora
da origem divina
e fortaleça a  alma
humana

Ó profetas do santo silêncio
Que ditais sentenças
Coroai o mundo de paz

(Que outrora
A lendária atlântida
Desrespeitou)

Vinda de longínquos silêncios
marulhar ancestral
Além dos oceanos
Nesta terra de Luz
Ponde o olhar

Sabei:
a nova arca
Virá resgatar
a magna rosa
deste império
por que
anseiam os corações.
As Flores brilham num coração choroso

Crês nas encruzilhadas 
deste meu ser?
Onde estou?
Onde estás?
Onde estamos…

Perdes-te 
em busca da perfeição
Escuta o choro
 da beleza adormecida
Aprende a amar(-te)
como és,
como somos
Escrava fui, és, somos…

Que traços restam
Para que ames a vida,
Vestidos de chita brilham
nos teus elogios
A tristeza mistura-se 
Há ironias num campo 
de rosas madrilenas.

Não, não cubras  a beleza,
abre as janelas
deixa entrar a luz do outro

que existe em ti!
Beleza
Traços
Sentidos
Olhares
Sempre ao Longe…

Quem me leva pelos caminhos
Onde te perdes
Onde te ergues
Onde as marés me devolvem
A minha Inês…

Admiras a paisagem
Possuis o mundo
Lutas
Por ele
Serás escrava?

A beleza existirá
Nas sombras do medo
Enquanto tu a desejares…



Ao longe

Debruço-me
No mais fundo de mim
Neste encontro
com os teus sonhos
Receios
Olhares
Abraços que te dou
na noite
ao longe
Olho-te
Vejo o longe, muito longe
Partes, ao vento te dás
E  na aurora dos teus dias
Há um coração que voa
e aceita a distância,
vou contigo
Cavalgo nas estrelas
Tu és o Sol
Eu sou a Lua
Os deuses deram-nos
 este caminho…
Tu virás
 quando o destino

Chegar…