sábado, 5 de novembro de 2011

Resgate-se o amor!

Pensar o amor, sentir o amor.
Albergar o corpo, os sentidos, a vida  na casa do amor.

Chora quem o amor perdeu, e julga a vida ter perdido,
Quantas vezes nos perdemos,         para resgatar a vida.

O culto do amor é a nobreza da vida.
Muitas as viagens,
Muitas as demandas
Por desabridos portos onde não és quem julgas ser!

Busque amor, novas artes.
No engenho da vida,
seja mareante, nos confins do mundo
ultrapasse as tormentas e,
ao fim, se encontre
dominando vícios, anseios, temores, sentires.
Baixe a proa, encontre o valioso coral nas profundezas do mar.

Esse mar de amor, retido num olhar perdido, mas encontrado no sal da vida.

domingo, 30 de outubro de 2011

Suave vaguear profana os meus sentidos...


Suave vaguear afaga os meus sentidos
Quando chegas de mansinho
E me afagas e adivinhas
Que o sabor da amora
É profanação em mim,

Suave olhar secreto onde os meus sentidos
Se rendem em fogo e maçeração.
Como tu, morro a cada inspiração.

Suave encantamento de meus sentidos:
Celibato é meu caminho
Para onde o rio corre
O amor será o destino

E eu sei que o amanhã
será hoje!

domingo, 23 de outubro de 2011

Assim me basta - sou feliz!

Busco a terra, busco o mar
Decifro nas folhas das árvores,
O calor do estio
E o vento leva-as e eu reconheço
o seu entardecer e nada mais.

ASSIM ME BASTA – SOU FELIZ!

Os trinos das aves, o cheiro da terra,
O calor da fogueira , a tua voz no seio dela
E saber que esse é o único equilíbrio do universo!
Não me canso de olhar o mar
Onde se nutrem os peixes.

ASSIM ME BASTA – SOU FELIZ!

Ah, meu Alberto Caeiro, só tu para entenderes
que a luz do Sol vale mais que os pensamentos
de todos os filósofos e de todos os poetas.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

As velas de papel...

Não há pórticos partidos...

Não há pórticos partidos
Quando o poeta se reescreve
Pela mão do leitor
Quando as velas que passam,
Perpetuam a memória das palavras ditas
Quando cada vela é uma lição
que o poeta lançou ao mar
Quando as estrelas evocadas
Nos mostram caminhos
Quando as ilhas ao sul
São cortinados de ametistas
Quando essas terras prometidas
Existem no seio do poeta
Eis, os pórticos re-construídos

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Assisto à minha passagem...

Quem sabe quantas almas tem?
O rio corre continuamente...
Minha alma nidifica a cada instante,
Cada pensamento, se passou, passou
Haverá estranheza neste olhar?

O poeta, alheio, sente
Sente, cada sonho, cada desejo.
Depois...
É já a sua própria paisagem
instalada na memória, quando
Relê e grita:
Que fui, quando escrevi?
Onde deixei a vida passar-me,
Que já não me sinto quem sou.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Nas asas da Literatura

O ser humano, por natureza, é um viajante. Nasce para empreender uma maravilhosa viajem: Conhecer-se a si e ao mundo.
A vida é uma travessia por mares torbulentos, quer façamos grandes viagens, descobrindo ilhas e continentes, quer façamos uma viagem ao mundo do fantástico, proporcionada pela literatura.

Os portugueses de quinhentos, movidos pelo impulso dos seus monarcas, enfrentaram grandes perigos e revelaram novos mundos ao mundo. Havia quem dissesse, então, que buscavam notícias de um rei cristão que viajara para oriente. Descobriram-se novas culturas, novas formas de pensar, novos credos, hábitos diferentes que nos obrigaram a repensarmo-nos por dentro. Olhamos o outro e perguntamo-nos. Quem somos, o que fazemos alí e o que temos para trocar.
Contudo, as asas da imaginação também nos podem levar a viajar, pois o conhecimento também nos é revelado nas páginas de um livro. E esse mundo ficcional pode ser tão enriquecedor como uma viagem à Índia. Não terá sido por acaso que Fernando Pessoa disse um dia “ E a nossa grande raça partirá em busca de uma Índia nova, que não existe no espaço, em naus que são construídas daquilo de que os sonhos são feitos.” Evidentemente que não se referia a uma nova viagem à Índia, mas a um espaço a construir pelo próprio homem. Pode ser um mundo novo, mais humano, que cada um terá de construir para si. É, pois, isso que a literatura faz. Questiona-nos, choca-nos, violenta-nos e faz-nos crescer. Humaniza-nos.

Quando Sophia de Mello Brayner diz “Apoderou-se de mim uma fúria de viajar. Mas acima de tudo queria voltar à Grécia, que foi para mim o deslumbramento inteiro e puro e onde me senti livre e com asas   pode efectivamente ser a fúria de uma viagem à Grécia turística num belo Cruzeiro, mas pode ser também uma fascinante viagem à mística Grécia antiga. Aí encontraremos os primórdios da filosofia e daremos connosco  a conhecermo-nos para, assim, conhecermos o outro.

domingo, 11 de setembro de 2011

A verdade

A verdade não pode ser transmitida à humanidade porque a humanidade a não compreenderia.
Só por símbolos, portanto, pode a verdade ser-lhe dada; de sorte que vendo o símbolo sinta a verdade sem a compreender.
Fernando Pessoa [Esp.54-18]

Umberto Boccioni

Revelação

 II
Por ti, subirei às alturas,
Prestarei humildemente
meu selo ao grande arquitecto,
Imperador nos céus e na terra.
Mestre, poeta e sábio,       
Revelai-me o Universo Dantesco,
ainda que seja de olhos vendados

III
Entardecia e a fadiga aprisionava-me
Cedi a enfeites adversos ao bem maior
Extraviada da direita estrada
Vagueei por montes e vales
Alma penada neste mundo errante
Desnorteada vivia
Rezando por diferentes cartilhas.
Uma voz escuto na fria noite:
“Só o mal que fazemos aos outros é que devemos temer!”
Piedosa voz que acolheu  minhas razões
Iluminou os céus.
A eles subi com tal ardor
que um luzente olhar se manifestou:
Aqui estou.
Inclino-me à divina potestade.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Fios que escorrem sobre nós

I
Selva tenebrosa, mais amarga do que a morte.
Por ela entrei, como não sei.
Minha alma temeu e o coração padeceu.
As tormentas foram tais,
Tantas as falsas promessas,
Tantos os caminhos.
Com uma venda nos olhos
Errante me fiz à estrada
Subi a encosta.
Afastei a onça, a loba e o leão
Movida por forças desconhecidas gritei!
“O sol já vai alto”.
O matutino tempo escondera
as estrelas em seu regaço.
Sustive a respiração:
ouvi o lamento : “Ah, misere me.»
Não foram Dante ou Virgílio,
Senhores de ancestral  grandeza,
Esses não desceriam ao meu tabernáculo.

Não me pergunteis quem sou.
Peregrino fui. Poeta me sonhei, de palavras alheias.
Ao longe, por entre as brumas adivinho:
será eco dos meus pensamentos?
Se és tu, o mestre que busco,
a fonte que corre por deleitosos montes,
Eu serei o aprendiz.
Contigo descerei às entranhas desta terra.
Nela se perscrutarão os mais profundos anseios
De uma pátria entristecida.
Seguir-te-ei. Serão meu alimento:
Tua Sapiência,  Teu amor e Virtude.

domingo, 4 de setembro de 2011

sábado, 3 de setembro de 2011


O milagre da poesia acontece nos teus braços, nos instantes de graça em que desvendas os segredos.

Poesia e Pensamento

O folósofo sabe o que busca,
o poeta não busca, encontra.
Aquele é a Luz, este o iluminado.
Na fonte bebem as religiões,
à Foz chega a Poesia.

Linguagem sagrada
na Pré-história das palavras,
Foste Épica, Lírica
chegáste-me sob a forma de Elegia.

A filosofia anseia a explicação,
pela palavra,
A poesia é o azimute
que a anuncia.
A religião recebe a LUZ de ambas.
E o asceta nasce.


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Na senda de Pessoa

Paro à beira de mim e me debruço...
Abismo... E nesse abismo o Universo

Tu que preencheste a vida de universos possíveis,
Que desprendeste a alma e a esquartinhaste
Diz-me - o que encontráste? -
Bebeste a vida a tragos de amargor
Criáste as vidas que mercúrio  te roubara
E no seu espaço astral o craváste
- a ferro e fogo - desmedidamente.

Oh mistério! Oh segredos que contigo partiram!
Quantos Deuses encontráste no céu?
Confessa...Aqui é a treva, aí a Luz
que procuráste em vão.
Tu sabias, quando dizias
"sou Deus inconscienciando-me para Humano;
sou mais real que o mundo".
Eras o Cristo negro, supremo
que estranhavas a excessiva razão
que havia no teu coração.
Agora, sim, desvendáste
o Universo!
Sigo-te os passos, aqui.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ulisseia, capital do Mundo

"Quem nasce em Portugal é por Missão ou Castigo" - Profecia lapidar da Montanha de Sintra.

Descida aos infernos
Tradição primordial
Vitriol das transmutações
Retorno ao útero materno
Buscador em Agahrta da Shambhala  celeste
Jerusalém a ocidente

Ulísses avistando a montanha da Lua
Lug e Lusina, o Sol e a Lua
Ó terra da Serpente
Senhora da Sabedoria
Feiticeira do amor
Kundalini lusa
Ofiússa renascida

Andando eu a navegar, encontrei esta pequena lenda:
Há muito, muito tempo atrás, existiu um reino conhecido pelo nome de Ofiusa. Esta terra localizava-se em um lugar distante, próximo a um grande mar oceano pouco conhecido. Ofiusa, segundo dizem, significa Terra de Serpentes. Este reino era governado por uma rainha, meio mulher, meio serpente. Contam que tinha um olhar de feiticeira e voz meiga, jeito de menina com incrível poder de sedução.


            A rainha tinha o hábito de subir ao alto de um monte e gritar ao vento, para depois ouvir a sua própria voz no eco:
            - Este é o meu reino! Só eu governo aqui, mais ninguém! Nenhum ser humano se atreverá a por aqui os pés: ais de quem ousar, pois, as minhas serpentes, não o deixarão respirar um minuto sequer!


            Por muito tempo quase ninguém se atreveu realmente a entrar no reino da rainha.
            Acreditava-se que esta costa era amaldiçoada pelos deuses e também pelos homens. E os poucos que se arriscavam eram seduzidos pela rainha e nunca mais retornavam.


            Porém, um dia, vindo de muito longe, um herói chamado Ulisses, aportou na terra das serpentes. A rainha apaixonou-se imediatamente, e fez de tudo para impedi-lo de ir embora. Ulisses, muito habilmente, fingiu deixar-se levar pelos encantos da rainha, até que seus companheiros descansassem e pudessem novamente fugir.


            Como ficou deslumbrado com as belezas naturais que viu, subiu a um monte, e assim como fazia a rainha das Serpentes, gritou ao vento:
            - Aqui edificarei a cidade mais bela do Universo, e dar-lhe-ei o meu próprio nome. Será Ulisséia, capital do Mundo!


            Ulisses, no entanto, acabou por ir embora, assim que seus barcos estavam abastecidos e os homens descansados. Fugiu da rainha que correu atrás dele desesperada. Dizem que seus braços serpenteando atrás do herói acabaram por formar sete colinas rumando em direcção ao mar.


            Ulisses foi-se, mas a lenda ficou.
Retirado de
http://esoterismo-kiber.blogs.sapo.pt

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ao poeta dos poetas

Não meu, não meu é quanto escrevo

Se cativa me tens na voz astral
deste peito que é teu sendo meu,
Ó, ave sem carne, forma imortal,
Retens as palavras que me alentam
à noite, onde germinam estrelas
do meu cativeiro, terra escura, mineral
Saio, num voo raso, mas logo me entrego,
qual cavaleiro andante,
à pátria interior que carrego.

De quem são as palavras que me habitam?

SAFRA

FUROR POÉTICO
Regresso aos verssos rasos que componho
Nesta sede abissal, não refreada,
Para que surja a maiêutica do sonho
Parindo mais um filho; a madrugada.
Cavalo de Tróia, onde a noite vem
Arrancar das arenas os recortes
Das sombras milenares, de cujas mortes
Ressuscito, ficando sempre aquém
Do verdadeiro travo da cicuta,
Do banho em que adormeço, onde desperto
No mundo das ideias sem ter luta
Que não seja para me encontrar... Que oferto
No místico desígneo (quase insano)
Sobre a planura estéril, o branco irmão,
Os grãos da minha safra, a alocução
Num turbilhão constante, todo o ano...
Desço a caverna.
-Quero-te, palavra!
Num ímpeto feroz, quase brutal,
Que esta ansiedade é de tal modo brva.
Olho para trás, e aqui estou eu, a morte...
Ó triste devaneio febril, diurno,
Colheita a meio do dia... Eis , Saturno
MANUEL NETO DOS SANTOS

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Quem sois poeta?

Peregrino de dores que não tendes.
Inventor de sonhos a haver
Profeta acima da religião
Homem. Mulher.
Aspirante a sufi
Rei do mundo
Demandador do sagrado
Naufrago da diáspora
Sê Deus inteiro
Nas silabas mudas
Que buscam a verdade
nesta caixa de ressonância
que é a vida de um viajante
em fuga com as palavras.
Retirei este texto de António Macedo, escritor que muito nos ensina a crescer:
http://paginasesotericas.tripod.com/apelo.htm


É uma história que nos vem do Extremo Oriente e que o instrutor rosacruciano Edmundo Teixeira — que tanto me apraz citar! — contava aos meditantes que o liam. Inspira-se num episódio muito simples ocorrido com o grande poeta japonês Matsuo Bashô (1644-1694) que se celebrizou na composição do haiku, forma breve de poesia de três versos e dezassete sílabas. Um dos discípulos de Bashô compôs o seguinte haiku :

Uma libélula rubra.
Tirai-lhe as asas:
uma malagueta.

O mestre Bashô deu-lhe uma lição de sabedoria positiva invertendo a ordem dos versos:

Uma malagueta.
Colocai-lhe asas:
uma libélula rubra.

Edmundo Teixeira comentava: uma libélula perder as asas e reduzir-se a uma malagueta é uma ideia negativa e pessimista, é o retrocesso do reino superior ao inferior. Mas uma malagueta, ou uma lagarta vermelha, transformar-se em libélula é uma libertação, um desabrochar e uma ascensão ao céu infinito, que é a meta de toda a obra divina. Também na vida encontramos pessoas com os dois tipos de disposição: os que acham que tudo lhes corre para trás e os que não recuam perante o esforço de subir, nem que seja começando por um pequenino degrau. E rematava: O que preferem? Descer ou subir? A vossa escolha decidirá do fracasso ou do êxito das vossas vidas…
Um autor místico que escolhera o anonimato escreveu um dia:
«Não importa qual seja a minha prece: Deus não só lhe responde, como é a própria resposta».
(...)
DEUS NUNCA NOS ABANDONA.

-----ooOoo-----

Um espelho para o leitor

Quem és tu, viajante sem bagagem?
Passageiro esquecido
na carruagem da vida
Aquele que por destino ou vontade
aqui aportou,
na estação infernal onde Mara te abraçou.
Ah, mísero e cego, me iludi
nos seus caprichos.

Eis senão quando uma Voz profunda:
"Afasta o véu da escuridão.
Não te atrases. É a hora!
Escuta Deus ou o Buda que há em ti
Sê mestre de ti próprio
Se desejas a Luz
Não adormeças à beira do caminho!"


Mas quem assiste à derrocada dos tempos
e se vê, marioneta de um espectáculo infernal,
Como pode brindar o mundo
pronto a degolar o fruto no seu  próprio ventre?

Que estes grilhões  se libertem
e, por entre cinzas,
se transformem em círculos virginais.
Então sim, renascerás

A princípio, vagamente deixo-me transportar pelas tuas palavras.
Depois, o teu sorriso, a tua gargalhada
Essas palavras penetram-me
Ferozmente.
Já não sou eu…
Que me importa que a palavra tenha gumes ou ácidos
Se com ela me entendo, penso e medito Sem tempo
Não inventes relógios, colhe o momento bendito.
Solta os silêncios, quebra as amarras do teu pensamento
Sê, apenas
Festa sem senhora da agonia

No lilás dos teus hinos
Ouvem-se bailias e barcarolas
Com elas viajo.
São cânticos de amor no vértice do teu tempo irreal e fragmentado.

Lua nova de Agosto
Que te leva para rotas de quentes desejos,
grava-te nos lábios sorrisos de incenso que arderam até ao fim…
Lua nova de Agosto
deixa-me sonhar até ao fim…

A tua coragem...

Esvoaçam epopeias
Que desfolhas como rosários.
Nelas perscruto meus sonhos adiados.
Ah, ser tu, sendo eu
Ter a tua coragem
Cravada no meu peito
Viajar, perder países,
Ser toda a gente
Num frémito, ao mesmo tempo.

Traçar a vida

Traças a vida à beira mar dos teus pensamentos
Mas os sonhos se desvanecem
Perdes a vida na amargura das marés
Uma aragem te acordou
Na nitidez dos sentimentos
Veleiros de nostalgia passam na tua praia ao longe

Assistes à sua passagem
Recheias os dias
de pensamentos e imagens
Foges da vida
Sacias na magia branca do papel o desassombro dos dias

Trocáste o ser oculto pela máscara
Abandonas-te
A vacuidade és tu.
Desapega-te
Da vida

Resposta às tuas palavras

Por cima destas montanhas
o firmamento abre-se em geometrias transparentes.
Dia e noite coágulos do meu animismo em combustão.
A vida foge, nas trevas
Os astros ditam caminhos,
Paraísos artificiais que busco em céus primitivos.

Para lá dos poemas vivem mitos feitos da memória.
Chaves por abrir arcas proféticas
Símbolos ancestrais
a recordar os ruídos do mundo.

Saudades, memórias puras,
Doces aromas que no céu gravitam
Gorgeios de estrelas amando as montanhas.
Ó cidade, vem de mansinho ver o rio da minha aldeia
No solstício de inverno,
vem ouvir a voz da deusa cantar o indizível.

Longos poemas gravitam na floresta
Apagam-se as luzes do meu peito
Voam arcanjos que se alimentam das memórias
que me deixáste,
escuto e passáste
Sublimação de doces saudades, vislumbre de um querer
além mar, além espaço.
Não respondi às palavras. Elas não me obedecem.