segunda-feira, 11 de março de 2013



Há noites que valem uma vida…
Ouço ao longe o marulhar do vento no teu coração.
Deitas-te sob oceanos de estrelas:
Eis o arco-íris do amor
Não chegaste depois da hora.
Os relógios pararam e os violinos soltaram gemidos.

O mar revolto.
 é agora planura verde
onde a esperança
deixou os lençóis de linho
para a noite contemplar
o esplendor dos amantes.

Tu aí à beira do mar...
Deste-me que pensar.
adormeci nos teus versos 
e acordei nas minhas palavras:
Quantas noites
te busquei no horizonte
quantas madrugadas desfolhei o pensamento
entre as pontes do meu silêncio  e a praia serena
lá, onde as ondas me devolvem o teu sorriso 
há um rumor baixinho 
que rasga a minha sede de horas insensatas, 
de palavras ancoradas nas marés do teu viver.

Os relógios devolvem-me a realidade 
e um  encolher de ombros surge na orvalhada seiva
 que me alimenta os sentidos, com as tuas palavras.

Fiquei ancorada neste porto seguro, baixei os braços à vida
Se a vivi pela metade, 
o fatum culparei.

A maré cheia não se fez para quem escolhe a planura.

Não faças da vida um cavalo de batalha
Bellum sine bello
Transforma as batalhas em correntes de energia 
e os rios levarão o curso das tuas palavras para o Tejo, 
lá onde tudo principia e nunca acaba
Busca-te em cada onda 
que bate de mansinho na areia
e os ventos devolver-te-ão
o batel da esperança.
Na urgência das águas não inventes desculpas, 
a tempestade amainou.

Deixa correr a tinta ao sabor de Zeus 
e o marinheiro aportará no destino, 
trazido pela aragem da noite, 
onde os incêndios se encontram e se apagam,
Para nascerem quantas vezes o dragão habitar 
                                                                  nos abismos das almas que se desejam…