terça-feira, 4 de dezembro de 2012


Não sei das raízes
Não há rios, não há mares
Na conjugação do meu ser

A nau partiu, perdeu a rota

Outros foram os caminhos
O marinheiro perdeu-se
Na Via Láctea

Perdidas estão as velas
Nesta vida descontente

Busco o castelo anelante
E o mar cruzou os braços
 e deixou-me aqui…
Porque choro 
         a vida morta
                  que carrego
                                 e nunca vivi.

O MEU FRIO
A ausência física é dor
A presença ausente é um suplício
Não há brilho, não há esplendor
Não há corpo
Não há caricia
E os dedos ficam constrangidos,
humilhados

E são tão reais estas dores
Este vermelho de veias
que me cobre o corpo


E o amor pergunta à dor
Se vale a pena ficar

Um frio tenebroso percorre a alma
E é terça feira
E eu leio-te para curar  estas feridas

Que te não desenho
Porque a mágoa corrói,
corrói
e o corpo geme
baixinho, por ti.