sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Fios que escorrem sobre nós

I
Selva tenebrosa, mais amarga do que a morte.
Por ela entrei, como não sei.
Minha alma temeu e o coração padeceu.
As tormentas foram tais,
Tantas as falsas promessas,
Tantos os caminhos.
Com uma venda nos olhos
Errante me fiz à estrada
Subi a encosta.
Afastei a onça, a loba e o leão
Movida por forças desconhecidas gritei!
“O sol já vai alto”.
O matutino tempo escondera
as estrelas em seu regaço.
Sustive a respiração:
ouvi o lamento : “Ah, misere me.»
Não foram Dante ou Virgílio,
Senhores de ancestral  grandeza,
Esses não desceriam ao meu tabernáculo.

Não me pergunteis quem sou.
Peregrino fui. Poeta me sonhei, de palavras alheias.
Ao longe, por entre as brumas adivinho:
será eco dos meus pensamentos?
Se és tu, o mestre que busco,
a fonte que corre por deleitosos montes,
Eu serei o aprendiz.
Contigo descerei às entranhas desta terra.
Nela se perscrutarão os mais profundos anseios
De uma pátria entristecida.
Seguir-te-ei. Serão meu alimento:
Tua Sapiência,  Teu amor e Virtude.

1 comentário:

  1. ...AFINAL, o alimento de todos nós...A SAPIÊNCIA...O AMOR e A VIRTUDE...

    Obrigado Maria!

    Sara

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