O MEU FRIO
A ausência física é dor
A presença ausente é um suplício
Não há brilho, não há esplendor
Não há corpo
Não há caricia
E os dedos ficam constrangidos,
humilhados
E são tão reais estas dores
Este vermelho de veias
que me cobre o corpo
E o amor pergunta à dor
Se vale a pena ficar
Um frio tenebroso percorre a alma
E é terça feira
E eu leio-te para curar estas feridas
Que te não desenho
Porque a mágoa corrói,
corrói
e o corpo geme
baixinho,
por ti.
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