domingo, 10 de março de 2013


Percorro todas as linhas do teu poema 
e recolho dele as palavras 
que guardaste  na erma noite dos meus sonhos.

O tempo rodopiou em desenhos nupciais 
e eu fiquei presa ao teu passado.

Os dias complicam-nos os voos  
e constroem-nos estradas 
que se desviam das rotas iniciais.

Como explicarei eu o significado das palavras 
que ficaram nas páginas 
que o vento levou.

Ouço-as, ao longe, em gemidos, por entre os vales,
Lá, onde habitam  cânticos de agonia
Onde sempre regresso
Ao fim do dia
E acendo as velas no altar dos meus pensamentos.

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