Percorro
todas as linhas do teu poema
e recolho dele as palavras
que guardaste na erma noite dos meus sonhos.
O tempo
rodopiou em desenhos nupciais
e eu fiquei presa ao teu passado.
Os dias
complicam-nos os voos
e constroem-nos
estradas
que se desviam das rotas iniciais.
Como
explicarei eu o significado das palavras
que ficaram nas páginas
que o vento
levou.
Ouço-as,
ao longe, em gemidos, por entre os vales,
Lá,
onde habitam cânticos de agonia
Onde
sempre regresso
Ao fim
do dia
E acendo
as velas no altar dos meus pensamentos.
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