segunda-feira, 30 de junho de 2014

No vértice de um olhar
Há esculturas, tempos indizíveis.
Sabe-me a terra este silêncio de prazeres
Que me fere a carne de arritmias.

Há, poder ser a ceifeira e o gato,
Não sofrer  a humilhação da recusa
Inconsciente que no vítrio olhar adivinho.

Descer à tua razão, entender  que
a labareda rubra que me consome
é pedra corrosiva num ser de alabastro
que a meu lado se extingue.

Em resposta  ao teu poema...
no entardecer deste mês de junho.


1 comentário:

  1. VERBO DE NINGUÉM

    Geometria quadrada da visão
    Arremesso de uma cor, no silêncio do além
    Passo a passo, vou, então
    Derramando os verbos de ninguém.

    E ser, voltando a ser entre os mortais
    Os demais que em sua praia são
    Equações de uma prosa em erosão
    De um corpo ferido, qual nostalgia
    Desejar ser e não ser filosofia
    Apenas uma breve passagem, perdida
    Como tudo o que é, perde a vida.

    Acesa aquela parábola equacional e tal
    De tão diversos elementos...
    Químicos que te toldam os pensamentos
    Qual geometria, que pensas ser imortal
    Aquele angular sentido, na tertúlia oprimido
    Do grupo que não faz sentido, perdido
    Destituído de toda a alegria...
    Uns cigarros, uns copos em nome da poesia
    Confesso-te que para mim, não estou iludido.

    Tantos lados, vértices inacabados...
    As cores, a noite dos amores e da solidão...
    Ah! Não. Não. Prefiro os meus fados
    O acordeão, do que aqueles palavreados
    Que de só ouvir me roubam a motivação.

    Silves, 30 de Junho de 2014 - 20:52h
    Jorge Ferro Rosa

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