No vértice de um olhar
Há esculturas, tempos indizíveis.
Sabe-me a terra este silêncio de prazeres
Que me fere a carne de arritmias.
Há, poder ser a ceifeira e o gato,
Não sofrer a humilhação da
recusa
Inconsciente que no vítrio olhar adivinho.
Descer à tua razão, entender que
a labareda rubra que me consome
é pedra corrosiva num ser de alabastro
que a meu lado se extingue.
Em resposta ao teu poema...
no entardecer deste mês de junho.
VERBO DE NINGUÉM
ResponderEliminarGeometria quadrada da visão
Arremesso de uma cor, no silêncio do além
Passo a passo, vou, então
Derramando os verbos de ninguém.
E ser, voltando a ser entre os mortais
Os demais que em sua praia são
Equações de uma prosa em erosão
De um corpo ferido, qual nostalgia
Desejar ser e não ser filosofia
Apenas uma breve passagem, perdida
Como tudo o que é, perde a vida.
Acesa aquela parábola equacional e tal
De tão diversos elementos...
Químicos que te toldam os pensamentos
Qual geometria, que pensas ser imortal
Aquele angular sentido, na tertúlia oprimido
Do grupo que não faz sentido, perdido
Destituído de toda a alegria...
Uns cigarros, uns copos em nome da poesia
Confesso-te que para mim, não estou iludido.
Tantos lados, vértices inacabados...
As cores, a noite dos amores e da solidão...
Ah! Não. Não. Prefiro os meus fados
O acordeão, do que aqueles palavreados
Que de só ouvir me roubam a motivação.
Silves, 30 de Junho de 2014 - 20:52h
Jorge Ferro Rosa