Por cima destas montanhas
o firmamento abre-se em geometrias transparentes.
Dia e noite coágulos do meu animismo em combustão.
A vida foge, nas trevas
Os astros ditam caminhos,
Paraísos artificiais que busco em céus primitivos.
Para lá dos poemas vivem mitos feitos da memória.
Chaves por abrir arcas proféticas
Símbolos ancestrais
a recordar os ruídos do mundo.
Saudades, memórias puras,
Doces aromas que no céu gravitam
Gorgeios de estrelas amando as montanhas.
Ó cidade, vem de mansinho ver o rio da minha aldeia
No solstício de inverno,
vem ouvir a voz da deusa cantar o indizível.
Longos poemas gravitam na floresta
Apagam-se as luzes do meu peito
Voam arcanjos que se alimentam das memórias
que me deixáste,
escuto e passáste
Sublimação de doces saudades, vislumbre de um querer
além mar, além espaço.
Não respondi às palavras. Elas não me obedecem.
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